Fraude no INSS: Maioria absoluta das entidades investigadas foram criadas nos Governos Temer e Bolsonaro
A Polícia Federal deflagrou na 4ª feira (23) a operação Sem Desconto para investigar um esquema nacional de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. Foram cumpridos 211 mandados judiciais de busca e apreensão e 6 mandados de prisão temporária no Distrito Federal e em 13 Estados.
A reforma trabalhista, no governo Temer, enfraqueceu os sindicatos e foi um prato cheio para a multiplicação de associações trabalhistas sem compromisso com os trabalhadores.
Tanto que, segundo a PF, o esquema começou em 2019, época em que as entidades de aposentados explodiram, após a reforma da Previdência de Paulo Guedes, no governo Bolsonaro.
Em entrevista coletiva, o Controlador-Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho, destacou que as fraudes começaram a ser investigadas em 2023, primeiro ano do governo Lula.
E é importante destacar que das 11 associações investigadas, duas foram criadas em 2017, logo após a reforma de Temer. Outras 7 foram criadas durante o governo Bolsonaro, por volta de 2020, após a Reforma da Previdência, quando o ministro da economia, Paulo Guedes, liberou os empréstimos consignados vinculados às aposentadorias e pensões.
Confira:
GESTÃO TEMER
Ambec (2017)
Conafer (2017)
GESTÃO BOLSONARO
AAPB (2021)
AAPEN (anteriormente denominada ABSP) (2023)
AAPPS Universo (2022)
Unaspub (2022)
APDAP Prev (anteriormente denominada Acolher) (2022)
ABCB/Amar Brasil (2022)
CAAP (2022)
Apenas a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), fundada em 1963, e o Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), ligado à Força Sindical, foram criadas antes da reforma e são vinculadas ao movimento sindical.
O Sindnapi, que tem mais de 25 anos de atuação e tem entre seus diretores o irmão de Lula, não foi alvo da PF e apoia publicamente a operação.