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Metalúrgicos aprovam pautas da Campanha Salarial e projetam disputa por aumento real e mais direitos

Na manhã de domingo (29), metalúrgicos reunidos na Sede Central do Sindicato aprovaram a pauta de reivindicações que dará início à Campanha Salarial deste ano. Em um cenário econômico considerado positivo, com crescimento do PIB e menor taxa de desemprego da série histórica, a categoria se prepara para a luta por conquistas além da inflação – o aumento real.

Inflação corrói salários e exige reposição

Entre setembro do ano passado e maio deste ano, o INPC acumulou alta de 4,81%, com previsão de fechar próximo a 5% até agosto. Porém, a inflação dos alimentos no mesmo período é de 8,47%. Esse percentual indica o quanto os salários já perderam o poder de compra. O sindicato afirma que a reposição integral da inflação é o mínimo necessário, enquanto o aumento real é o que efetivamente aumenta os salários e pega uma parte pequena dos lucros patronais. 

O índice exato e aumento real que vamos reinvidicar será apresentado nas primeiras rodadas de negociações. 

Cláusulas sociais

Além do reajuste salarial, a categoria vai lutar pela manutenção e a renovação da Convenção Coletiva, que somam 93 cláusulas. 

Entre os pontos de maior destaque para este ano estão:

  • Nova NR-1 e mudanças na CIPA: A legislação passou a exigir que a CIPA também fiscalize aspectos psicossociais no ambiente de trabalho, como assédio sexual, e sobrecarga de tarefas.

  • Trabalhadores surdos: Haverá cláusula específica para garantir igualdade salarial, direito de promoção e possibilidade de participação plena na CIPA, a fim de superar a visão limitada de que as contratações de trabalhadores surdos servem apenas para cumprir cotas.

  • Mulheres trabalhadoras: Serão reforçadas cláusulas voltadas à proteção em casos de violência doméstica, para aumentar prazos de afastamento protegido. O Sindicato também discutirá propostas para ampliar o auxílio-creche e a licença-maternidade. Antes da entrega final da pauta, o grupo de mulheres das entidades definirá mais dois ou três pontos específicos para inclusão.

Impasses com os sindicatos patronais 

O maior entrave nas negociações continua sendo a cláusula de estabilidade para trabalhadores com doença ocupacional ou vítimas de acidentes, que hoje assegura o emprego até a aposentadoria. Os sindicatos patronais querem reduzir a estabilidade para apenas 60 meses.

Mobilização será decisiva

Diante de um cenário político ainda polarizado, o Sindicato não aceita ingerências de parlamentares ou governos que atuem contra os direitos dos trabalhadores. Conquistas concretas virão se a base estiver forte, unida e mobilizada dentro das fábricas. 

Com a pauta aprovada, a Campanha Salarial 2025 se inicia para ampliar direitos e melhora nas condições de vida e de trabalho para a categoria.

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