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Sindicatos avaliam crise e organizam a luta dos trabalhadores

Os Sindicatos dos Metalúrgicos de Campinas, Limeira, São José dos Campos e Baixada Santista, representando 130 mil trabalhadores, reuniram-se no dia 19 de Janeiro de 2009 para debater a atual crise.

Não se trata de uma crise financeira ou de crédito como tentam passar os empresários, os governos e a mídia, mas sim de mais uma crise cíclica de superprodução do capital. Como exemplo mais recente, as montadoras no Brasil bateram todos os recordes de produtividade e lucratividade e ao mesmo tempo viram os lucros das matrizes serem pulverizados.

Como em outras crises o capital se utiliza desse período para tentar impor uma nova reestruturação no mundo do trabalho e dessa maneira reduzir salários, direitos e flexibilizar a jornada de trabalho.

As experiências anteriores, como a Câmara Setorial (início dos anos 90), os acordos de redução de salário e banco de horas, feitos por algumas centrais sindicais mediados pelo estado, só serviram para atacar direitos históricos da classe trabalhadora e não mantiveram o emprego.

No mundo todo, e também no Brasil, o estado age como principal instrumento de contratendência para uma recuperação cíclica da acumulação e da taxa de lucro.

Os estados no mundo todo através dos seus bancos centrais emitiram e continuam emitindo quantias exorbitantes de recursos para o resgate de bancos e empresas. Nos EUA, através do Tesouro e do FED, foram emitidos aproximadamente 1,5 trilhões de dólares para tentar salvar as montadoras GM, Ford, Chrysler, as seguradoras Fannie Mae e Freddie Mac, AIG, grandes bancos como Citi Bank e Bank of America e outros.

No Brasil foi aplicado o mesmo receituário, ou seja, o Banco Central, através de emissões e redução do compulsório, injetou maciços recursos em bancos da ordem 160 bilhões de reais. Vultosos recursos do BNDES provenientes do FAT, subsidiaram as pequenas e médias empresas com 5,25 bilhões de reais de empréstimos, e o setor ruralista com outros 45 bilhões. Para as montadoras o governo abriu linhas de crédito junto ao BB e CEF além de redução do IPI.

Além dos recursos públicos a FIESP quer mais, defendendo ardorosamente sacrifícios aos trabalhadores através da proposta de redução da jornada com redução salarial em até 25%, banco de horas, suspensão do contrato de trabalho. A FIESP, além de propor a redução de salários e direitos, não garante a estabilidade de emprego.

Portanto, as propostas apresentadas pelo capital tentam reeditar a idéia de pacto social onde quem continua perdendo são os trabalhadores.

A partir dessa análise os quatro sindicatos decidem organizar a luta por:
– fim das demissões e readmissão imediata dos demitidos
– nenhuma redução de direitos
– redução da jornada sem redução dos salários
– contra o banco de horas e flexibilização da jornada
– contra a suspensão dos contratos de trabalho
– Decreto Lei do Governo Federal garantindo a estabilidade no emprego

Para dar continuidade às mobilizações realizaremos um Ato Unificado no próximo 12 de fevereiro a partir das 14 horas na frente da FIesp, precedido de ampla mobilização na categoria.

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