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PARA A VALE, DE NADA VALE A VIDA DO TRABALHADOR

A lama do Capital já matou mais 60, desapareceu com mais de 300 e devastou mais uma cidade.

Fonte: Intersindical.org.br

Brumadinho é uma cidade refém da Vale, a maioria dos moradores da cidade ou trabalhava na Mineradora ou tinha algum parente e amigo que lá trabalhavam, isso não tem nada a ver com escolha do trabalhador, mas sim com ausência de alternativa de emprego. A Mineradora que posa de “empregadora, de empresa preocupada com meio o ambiente”, na verdade como qualquer outra empresa privada, para garantir seus lucros não está preocupada em passar por cima de direitos, matar através das condições de trabalho, devastar cidades inteiras. Sua preocupação está em garantir seus lucros.

O que aconteceu em Brumadinho além de ser um dos maiores acidentes de trabalho ocorridos no Brasil que foi provocado pela Vale, além de ser um ato criminoso, é a forma mais escancarada de ver que para o Capital os seres humanos, os recursos naturais, as cidades só valem para servir aos seus interesses de buscar cada vez mais lucros.

A Vale quando foi privatizada por Fernando Henrique Cardoso/PSDB foi vendida por pouco mais de R$ 3 bilhões, hoje passados mais de 20 anos da privatização os lucros não param de crescer. No terceiro trimestre de 2018, o lucro líquido da Vale foi de mais de R$ 5 bilhões, isso representa um aumento de 1.780% dos lucros comparado aos três meses anteriores.

Para garantir cada vez mais lucros aos seus acionistas, a Vale não poupou esforços para atacar as Organizações que defendem os trabalhadores e o meio ambiente: ameaças, perseguição e repressão aos Sindicatos dos Trabalhadores, a movimentos como o Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), o MST e tantas outras organizações que defendem os direitos dos trabalhadores e também os  direitos de quilombolas, indígenas e trabalhadores rurais que sofrem e têm a vida ameaçada pelo rastro de destruição que a Vale deixa por onde passa.

A mineradora além de estar em Minas Gerais, está presente em 14 estados brasileiros e em mais de 30 países e em seu “cartão de visita”, não esconde que seu objetivo é “transformar recursos naturais em riqueza”, só tenta esconder que a riqueza que vai exclusivamente para seus acionistas, é produzida através da morte de trabalhadores e da devastação dos recursos naturais.

Depois da privatização os lucros aumentaram e as péssimas condições de trabalho também. Também aumentou a negligência com os processos de proteção aos trabalhadores e a comunidade.

Depois da privatização, nos governos do PT, a Vale continuou garantindo seus interesses, recursos públicos através do BNDES para expansão de seus negócios, conivência com as práticas da Vale, seja através da Previ, o fundo de pensão do Banco do Brasil e através de suas ações de Golden shares que são ações controladas ainda pelo Estado.

E se depender do atual governo, o descaso, o desrespeito e a matança vão aumentar, pois Bolsonaro e seus parlamentares querem é flexibilizar ainda mais a legislação ambiental, ou seja, é legitimar a prática de vários órgãos de fiscalização que hoje agem como fiadores da prática criminosa das empresas. Trazer Israel com seus técnicos e militares que além de não saberem andar na lama, o que sabem é atacar o povo Palestino, é pura hipocrisia de um governo que quer desregulamentar tudo para atender os interesses privados das empresas seja na cidade ou no campo.

O dinheiro bloqueado pela Judiciário para indenizações trabalhistas e pela devastação provocada pela Vale ainda é pouco. Mais do que garantir o que deve aos trabalhadores e à comunidade é preciso punir, condenar a Vale através de sua direção e é preciso mais: garantir novas condições de trabalho que preservem a vida dos trabalhadores e da comunidade.

Nada disso, vai acabar com a dor de filhas e filhos, mães e pais, irmãos, primos, amigos, companheiros e companheiras que tiveram os seus arrancados de si, que buscam desesperadamente por notícias dos seus e o que têm como resposta é o silêncio e o descaso da Vale e suas empresas terceirizadas.

ENQUANTO OS PATRÕES SEGUEM IMPUNES E PROTEGIDOS POR SEUS GOVERNOS, PARA OS TRABALHADORES DOR E MORTE.

ISSO SÓ VAI MUDAR QUANDO A INDIGNAÇÃO SE TRANFORMAR EM LUTA.

Transformar a dor em movimento para exigir o imediato: cadeia para a direção da Vale, indenização para as famílias das vítimas, para os trabalhadores e a comunidade, exigir condições dignas e seguras de trabalho.

Transformar a indignação em luta, por uma outra sociedade onde o trabalho dos trabalhadores e os recursos naturais não sejam transformados em mercadoria e riqueza para quem mata e explora, uma sociedade, onde não haja nações e cidades a serviço dos interesses privados do Capital. Uma sociedade onde trabalharemos não para o Capital, mas para a existência plena da humanidade.

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