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Mabe Hortolândia: PM toca o terror em ação de reintegração

Em plena tarde de domingo (3), os trabalhadores acampados na Mabe, em Hortolândia, foram surpreendidos por uma mega operação da Polícia Militar para reintegração de posse da fábrica, acampada desde 22 de dezembro de 2015 e ocupada desde o último dia 15 de fevereiro.

Os policiais invadiram a fábrica pelos fundos, e a PM usou até helicópteros para que policiais descerem de rapel. A violenta ação da PM arrancou os trabalhadores da fábrica, que tiveram de deixar todos os seus pertences para trás.

Já a Oficial de Justiça, agindo de maneira autoritária e abusiva, impediu o Sindicato e seus advogados de acompanhar o ato de reintegração como forma de impedir abusos e violências contra os trabalhadores e o patrimônio da empresa por parte da Polícia. Outro abuso cometido pela Oficial de Justiça foi o de realizar o ato de reintegração em um domingo, às 14 horas, após o fim do expediente do judiciário, inviabilizando qualquer tentativa de os advogados do Sindicato conseguirem algum mandado judicial que impedisse a reintegração. Um advogado do Sindicato, ao tentar dialogar com a Oficial, foi atingido no rosto por um jato de gás de pimenta jogado pela PM.

Tal operação pegou de surpresa os trabalhadores porque a reintegração vinha sendo negociada com o Juiz de Hortolândia, que em conversa com o Sindicato se comprometeu em aumentar o prazo para saída dos trabalhadores e a não utilizar força policial para realizar a reintegração. Chegou, inclusive, em reuniões com o Sindicato e os trabalhadores, dizer-se “sensibilizado” com a situação daqueles que foram desligados da empresa sem nada receber.  

Além da PM, a empresa colocou cerca de 50 seguranças privados dentro da fábrica. Inclusive, o guarda patrimonial que atirou contra os trabalhadores durante a ocupação foi quem conduziu a entrada dos ônibus cheios de bate-paus contratados pela Mabe.

Dentro da fábrica, além dos pertences dos trabalhadores, ficaram alimentos e leites recebidos de doações, que seriam entregues a gestantes de Hortolândia.

O Sindicato não vai admitir tamanha truculência e desrespeito aos direitos dos trabalhadores e vai permanecer, se não dentro, na portaria da fábrica para garantir o direito de todos os companheiros.

Não vamos permitir que o golpe da Mabe seja concretizado. Continuaremos acampados na portaria, impedindo a entrada e saída de caminhões e o funcionamento das fábricas conforme quer o administrador da massa falida, ou seja, mantendo a falência, mas operando com outro CNPJ.

Foto: Arquivo PMs se preparam para jogar bombas de gás nos trabalhadores que se encontravam do lado de fora da fábrica

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