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Mabe: Passeata dos trabalhadores em Campinas e Hortolândia

Os trabalhadores na Mabe, em Campinas, fizeram um ato na porta da fábrica, depois de realizarem uma passeata que saiu da empresa em direção a Rodovia Santos Dumont, que ficou bloqueada por quase uma hora. 

Em HortoLândia, a passeata também saiu da fábrica e percorreu as ruas do centro da cidade.

Durante o protesto foi entregue uma Carta Aberta à população.

Carta Aberta

Mabe: pedido de falência é mais um golpe contra os trabalhadores
Demissões em massa, desrespeito aos direitos, calote e famílias desamparadas

No dia 10 de fevereiro, a Mabe Eletrodomésticos do Brasil Ltda, instalada em Campinas e Hortolândia, e detentora das marcas Dako e Continental, teve o pedido de falência decretado pela Justiça, liberando o caminho para a empresa demitir sem pagar nada, os cerca de 2000 trabalhadores nas duas fábricas.

O que pouca gente sabe é que a mexicana Mabe não foi à falência porque estava em crise e sem dinheiro para honrar seus compromissos junto aos trabalhadores e fornecedores. Muito pelo contrário.

Em 2013, as vendas no mercado brasileirorepresentavam 29% do faturamento global e ainda com possibilidade de crescimento.

Lembrando que este cenário altamente lucrativo teve ajuda incondicional do governo, que desde 2008 deixou de arrecadar para os cofres públicos mais de R$ 200 bilhões entre isenção de IPI, desonerações e empréstimos subsidiados sem garantia de geração e estabilidade de emprego. Só nas empresas metalúrgicas, deixou de arrecadar R$ 5,5 bilhões, que deixaram de ser aplicados em saúde e educação para ajudar os robustos investimentos da Mabe fora daqui.

Na verdade, o que a 3ª maior produtora de fogões e geladeiras do país fez, foi mudar sua estratégia para aumentar seu lucro, ampliando o volume de vendas em dólares abocanhando o mercado consumidor dos Estados Unidos, que hoje representa 35% do faturamentoda empresa.

Em 2013, a Mabe já tinha entrado com pedido de recuperação judicial e fechado a planta de Itu, demitindo 1300 trabalhadores.

Agora, a empresa tenta livrar-se dos trabalhadores, especialmente daqueles que se acidentaram ou adoeceram no trabalho e que têm estabilidade até a aposentadoria, garantida na Convenção Coletiva do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e região.

Em dezembro de 2015, depois de dar calote nos trabalhadores em parte do 13º salário e da PLR, a empresa deu férias coletivas.

Os salários de dezembro e janeiro também não foram pagos pela empresa que, no dia 10 de fevereiro entrou em falência com R$ 19,1 milhões em dívidas trabalhistas

Para evitar que a Mabe retirasse máquinas e equipamentos, desde dezembro do ano passado, organizados pelo Sindicato, os trabalhadores estão em processo de resistência e ocupação nas duas plantas, recebendo apoio e solidariedade de famílias e companheiros da categoria.

É tanto verdade que a Mabe está apta a continuar produzindo, que o administrador da massa falida da empresa, indicado pelo judiciário, propôs ao Sindicato que a produção da fábrica seja continuada nos próximos dois anos, primeiro em Hortolândia e, depois em Campinas para quitar dívidas trabalhistas.

Porém, essa retomada da produção seria com outro CNPJ. Em outras palavras: uma nova empresa produzindo nas mesmas plantas, com os mesmos maquinários, mas com apenas parte dos trabalhadores antigos, deixando de lado o passivo trabalhista, que é exclusivamente da Mabe!

Então, o que está por trás deste pedido de falência, senão um escancarado golpe nos trabalhadores?

Portanto, solidarize-se com estes companheiros que, além de explorados até a última gota de suor, agora passam necessidades com seus familiares!

Junte-se a nós nessa luta!

MABE Campinas

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MABE Hortolândia

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