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Violência da PM impede greve dos trabalhadores na Malcon, em Americana

Na manhã desta quinta-feira (16), na Malcon Metalúrgica, empresa do setor de máquinas, instalada em Americana, a Polícia Militar usou de toda a truculência contra os representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, que estavam na porta da empresa para iniciar uma greve.

 

O protesto contra a retirada do direito à insalubridade de dois setores (Solda e Rebarba), a demissão de cinco trabalhadores por “justa causa” incluindo dois cipeiros, sem nenhuma justificativa e via WhatsApp, e pela negociação das reivindicações da data-base, entre outros, já havia sido aprovado pelos trabalhadores, em assembleia realizada na segunda-feira (13). Hoje vencia o prazo de 48 horas do comunicado oficial.

 

Além da retirada de direitos, como a insalubridade e a negativa em negociar, o dono da Malcon ainda passou com sua caminhonete provocando os trabalhadores que estavam concentrados em protesto na porta da fábrica, gritando que eram vagabundos.  Uma atitude de selvageria.

 

A greve foi aprovada pelos trabalhadores, porque logo depois de ter iniciado uma negociação com o Sindicato na sexta-feira (10) e dizer que ia buscar uma solução, a empresa demitiu por “justa causa”, cinco trabalhadores, incluindo dois cipeiros, sem nenhuma justificativa e via WhatsApp.

 

Hoje, logo no início da Assembleia na porta da fábrica, a polícia foi chamada pela empresa e chegou rapidamente com cinco viaturas, exigindo a retirada do som e das faixas. Com grande truculência os policiais empurraram os dirigentes do Sindicato, mostrando arma para os trabalhadores que amedrontados com a violência policial entraram na fábrica.

 

Às vésperas do feriado de 20 de novembro advogado negro, no exercício de suas funções, é agredido pela PM

 

Policiais militares deram ordem de prisão para o advogado do Sindicato, João Guedes, quando foi tentar intermediar a discussão entre os dirigentes e a PM. Eles seguraram o advogado do Sindicato pelo cinto, como se segura um animal pela coleira.  Tentaram, inclusive, levá-lo “na gaiola” do carro da polícia para o Distrito. (Veja o vídeo)

Será que isso aconteceria se fosse um advogado branco?

 

 

Prática da PM lembra a Ditadura

Impedir a livre manifestação dos trabalhadores, cuidando do patrimônio privado de grandes empresas, servindo como segurança dos patrões não é o papel da polícia militar, que deveria fazer a segurança pública. Essa violência, a mesma usada pela PM nas periferias, principalmente contra o povo pobre e negro, vem sendo sistematicamente praticada contra os trabalhadores metalúrgicos em Campinas e região.

 

Nesta Campanha Salarial, tem sido prática comum a presença ostensiva da polícia com muitas viaturas e motos em empresas como a Bosch, em Campinas, KSPG e DIDE/MGK, ambas em Americana.

 

O que o Sindicato percebe neste episódio ocorrido na Malcon é um crescente da violência, da tentativa de intimidação, ficando evidente o fortalecimento da aliança entre a PM e os patrões. Uma realidade muito parecida com o que ocorria nos tempos da Ditadura Militar.

 

 

 

Sindicato e sociedade reagem

Diante disso, além de fazer contato com organizações do movimento negro e parlamentares, o Sindicato já acionou o Ouvidor da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Cláudio Aparecido da Silva, que está marcando uma audiência com o responsável pelo Batalhão de Piracicaba, para o qual responde a PM de Americana.

 

Está também sendo feita a denúncia em todas as instâncias da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e será oferecida denúncia ao Ministério Público e à Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo.

 

 

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