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A tragédia anunciada não é ocupar um prédio para viver, a tragédia é provocada pela ação dos governos que não garantem moradia digna, ao mesmo tempo em que protegem os interesses da especulação imobiliária

Foi isso que provocou o desabamento do prédio no centro de São Paulo que deixou centenas desabrigados.

A madrugada do 1º de Maio foi de pânico e sofrimento para mulheres, homens e crianças que habitavam um prédio no centro de São Paulo que desabou depois de um grande incêndio.

São mais de 100 famílias que, por não terem onde morar, ocuparam o prédio que não tinha as condições básicas de habitação, não por responsabilidade de quem lá morava mas sim pela ausência consciente e a negligência dos governos, indo do Prefeito, passando pelo governador do Estado até o Presidente.

A hipocrisia e a violência dos governos contra essas centenas de pessoas desabrigadas é tamanha e se escancara nas declarações do governador Márcio França/PSB, que disse que o que provocou a tragédia foi a ocupação, ou o Prefeito Bruno Covas/PSDB que tenta se desresponsabilizar dizendo que o prédio é da União e o cadastramento para aquisição de moradia não depende só da Prefeitura e, para concluir, o desmoralizado presidente da República Michel Temer/MDB teve a desfaçatez de dizer que, por estar em São Paulo, não pegaria bem não ir até o local da tragédia e como os demais, mais do que se desresponsabilizar pela tragédia, ataca o direito legítimo da ocupações que são uma forma de luta em defesa da moradia.

Para as famílias que perderam o pouco que tinham e estão desabrigadas, a oferta dos governos é uma bolsa aluguel de R$400,00 por um ano, mas para os juízes – muitos dos quais são responsáveis pelas sentenças judiciais que despejam dos prédios, casas e terras aqueles que não têm onde morar – a coisa é diferente. Para esses juízes que recebem em média mais de R$ 30 mil de salário são garantidas várias benesses imorais, como por exemplo receberem auxílio moradia mensal no valor de R$4.200,00 mesmo morando na mesma cidade em que trabalham.

Enquanto crianças, homens e mulheres são obrigados a improvisar moradia num prédio sem luz e água, convivendo ao meio do lixo e da degradação, os que estão na gerência da máquina do Estado estão no conforto de suas mansões e governam para atender os interesses daqueles que se enriquecem retirando direitos, salários, moradia e a dignidade dos trabalhadores.

Além de nossa solidariedade ativa a centenas dos desabrigados, vítimas de mais essa violência do Estado, é no fortalecimento da luta que avançamos na defesa dos direitos, por saúde, moradia, educação, em defesa de melhores condições de vida e trabalho para conjunto da classe trabalhadora.

 

Fonte: Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora

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