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MST: Famílias do Assentamento Milton Santos, em Americana, correm risco de despejo

Em junho, as 68 famílias do assentamento Milton Santos, em Americana, estão correndo o risco de despejo da área em que vivem há mais de sete anos.

A justiça concedeu a devolução da área aos antigos proprietários, que haviam perdido a posse do Sítio Boa Vista por dívidas públicas com o INSS, em 1976. Determinou ainda que o INCRA realizasse a desocupação da área até o dia 15 de outubro, com pena de multa de 5 mil reais por dia de descumprimento da ordem.

O superintendente do INCRA de São Paulo, Wellington Diniz Monteiro, argumenta já ter utilizado todos os recursos jurídicos necessários e em reunião com os assentados no dia 28/09 afirmou que as famílias permanecerão no local.

No entanto, a única medida que asseguraria a permanência do assentamento seria um decreto de Desapropriação por Interesse Social da área do Sítio Boa Vista, o qual depende exclusivamente da assinatura da Presidência da República.

O assentamento Milton Santos é hoje responsável pela distribuição de alimentos orgânicos para mais de 30 entidades da região de Campinas, atendendo até 12 mil famílias quinzenalmente. Apesar da precariedade, o assentamento foi escolhido pela Embrapa para se tornar uma Unidade de Referência, um modelo em produção em agroecologia.

As famílias assentadas investiram todos os seus recursos no lote e muitos não têm para onde ir. Eles contam com a mobilização pública e o apoio de aliados para defender o assentamento de uma tragédia comparada a que atingiu a comunidade do Pinheirinho, no início de 2012.

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