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Sindicato participa de manifestação contra ataque ao Pinheirinho

Ontem, dia 24/01, foi realizada uma passeata pelas ruas do centro de Campinas em repúdio à violenta desocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos. http://www.youtube.com/watch?v=bEh59PG8LDk


Cerca de 600 pessoas entre estudantes, movimentos sociais, populares e outras entidades sindicais, pararam o trânsito por mais de duas horas, participando da manifestação.


As manifestações de revolta pela desocupação se espalham país e a repercussão do episódio ficou estampada não só no Brasil, mas também internacionalmente. 


Justiça Federal havia mandado suspender reintegração de posse.


Em acordo judicial, Selecta havia aceitado suspensão do despejo por 15 dias 


Domingo, 22 de janeiro de 2012. Esta data entrou a história do Estado de São Paulo como o dia em que 2 mil homens da Polícia Militar invadiram a Ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos, para desalojar 9 mil moradores.


Homens, mulheres, crianças e idosos foram surpreendidos, pela manhã, com helicópteros sobrevoando a área e jogando gás lacrimogêneo sobre a Ocupação.


Carros blindados e homens armados cercaram o Pinheirinho.


Água, energia elétrica e telefone foram cortados e todas as saídas foram interditadas.


Era a formação de uma área sitiada. Durante todo o dia, houve confronto entre moradores da ocupação, bairros vizinhos e policiais.


O morador David Washington Castor Furtado, 32 anos, foi baleado pela Guarda Municipal e corre o risco de ficar paraplégico.


Mas outras pessoas também ficaram feridas, inclusive crianças, em razão da truculência com que agiu a Polícia Militar e a Guarda Municipal.


Moradores denunciam casos de pessoas, inclusive crianças, feridas gravemente e até mortes com também denunciou o presidente da OAB de São José dos Campos.


Contudo, a orientação da PM e da Prefeitura é negar as informações. No Hospital Municipal e nos Postos de Saúde, estão proibidos de dar informação.


Truculência


Apesar dos moradores resistirem à desocupação, pouco pôde ser feito diante de tamanha violência e truculência da operação de guerra montada pelo governo de Geraldo Alckmin e do prefeito Eduardo Cury.


Tratores da Prefeitura destruíram a Capela Madre Tereza de Calcutá, construída pelos moradores com ajuda da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.


Também foi destruído o barracão onde aconteciam as assembléias, festas e reuniões dos moradores.


O objetivo é a demolição das mais de duas mil casas erguidas pelo povo, sem qualquer ajuda do Estado.


A revolta se espalhou pelos bairros vizinhos. Os enfrentamentos ainda continuam.



Alckmin, Cury e a juíza Márcia Loureiro, que expediu a liminar para o despejo, agiram contra tudo e todos.


Literalmente, fora da lei.


A desocupação descumpriu um acordo judicial onde a própria Selecta, dona do terreno, aceitou a suspensão do despejo por 15 dias.


Além disso, também desacatou decisões da Justiça Federal que mandou suspender a reintegração de posse.


Ao contrário de todos os esforços para evitar a injustiça de jogar milhares de famílias na rua, Alckmin e Cury optaram por passar por cima das leis e agir com violência e repressão.


O fato é que por trás dessa desocupação, está a pressão de grupos econômicos, os interesses do setor imobiliário da cidade e das grandes construtoras que pretendem lucrar milhões com o terreno após a expulsão das famílias.


O proprietário da massa falida da Selecta, é o megaespeculador Naji Nahas, famoso por aplicar golpes milionários e condenado por lavagem de dinheiro e corrupção.



Situação das famílias é de calamidade


A ação ilegal continua e o suposto esquema montado para receber os moradores da ocupação é absolutamente precário.


Cerca de mil moradores se refugiaram na igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.


Os demais centros também são precários e as pessoas seguem sem informação e orientação da Prefeitura.


Dilma tem poder para desapropriar a área!


O governo federal pode devolver as casas aos seus legítimos donos: os moradores do Pinheirinho!


O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência disse que a ação de reintegração ‘‘atropelou’’ as negociações.


O próprio assessor de Gilberto Carvalho, Paulo Maldos, foi atingido por um tiro de bala de borracha na perna enquanto acompanhava a situação das famílias.


Ele confirmou que há uma violação dos direitos constitucionais: ‘‘A comunidade Pinheirinho foi agredida de forma brutal, ao longo de todo dia, de ontem (…)


Mas neste momento não basta que a Presidência da República critique a operação.


É necessário agir, desapropriando aquela área por decreto, possibilitando que, as mais de 1700 famílias, mais de 3 mil crianças efetivamente para que as 1.700 famílias retornem para onde viveram, e muitos nasceram, nestes últimos 8 anos. 

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