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Preço da cesta básica passa dos R$ 200. Alimentos são vilões

No início do ano, o feijão e o arroz foram os grandes vilões na alta do preço da cesta básica brasileira. Em abril, foi a vez dos hortifrutigranjeiros lideraram as altas.
A escassez mundial de alimentos fez o valor desse item entrar num processo de escalada. E, segundo os especialistas, deve se manter em alta.

Em Campinas, o preço da cesta básica teve aumento de 4,39% em abril. Nos três primeiros meses do ano, o acumulado já havia batido a casa dos 12,5%.
A cesta que em dezembro custava R$ 196,45, hoje custa R$ 204,86. Está pelo menos 25% mais cara.
A tendência de alta também foi apurada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que registrou alta nos preços dos alimentos nas principais capitais da região Sudeste no último mês.

Trabalhador perdeu poder de compra
Em abril, foram necessárias 108 horas e 36 minutos para adquirir a cesta básica em Campinas. Em março, o trabalhador que ganha salário mínimo trabalhou 104 horas e 2 minutos para a compra dos mesmos produtos.
A Constituição determina que o salário mínimo deve atender às necessidades de uma família, com dois adultos e duas crianças, em termos de alimentação, moradia, transporte, vestuário, saúde, educação, higiene, lazer e previdência. Com base nestas informações, para atender às necessidades dessa família o salário mínimo deveria ser de R$ 1.721,03, o equivalente a 4,15 vezes o salário mínimo em vigor.

Alimento são os que mais pesam mais no bolso
Enquanto o feijão e o arroz foram os vilões do início do ano, em abril foram os hortifrutigranjeiros que registraram a maior alta. A banana teve reajuste de 21,48%, seguida pelo tomate, que subiu 20%.
Já a carne, que tem o maior peso na cesta básica subiu 9,49%, apesar de esta época ser boa para pastagem.
O preço da carne puxou também o preço do leite, que subiu 4,86% e de seus derivados, como a manteiga, que subiu 3,81%.
A farinha de trigo ainda se mantém com tendência de alta e está custando 2,10% a mais do que em março, já que o produto é importado, especialmente da Argentina, que proibiu as exportações. O preço do óleo de soja voltou a apresentar 2% de aumento.

Causas dos aumentos
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, apontou quatro causas para a alta do preço dos alimentos no mercado mundial:

– uso de matéria-prima de alimentos para a produção de biocombustíveis pelos Estados Unidos e pela União Européia,
– crescimento contínuo dos países (elevando a renda da população),
– aumento da expectativa de vida da população,
– mudanças climáticas.

Estados Unidos prevêem duração de alta por até três anos
A Casa Branca considera que os altos preços dos alimentos devem persistir por mais dois ou três anos, até que os estoques mundiais consigam ser reabastecidos, e negou que a produção de biocombustíveis, como o álcool a partir do milho, tenha papel significativo sobre os preços.


 


 

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