História

28 anos de luta e resistência

Companheiros e companheiras,

Em 2012, os metalúrgicos e as metalúrgicas de Campinas e região completam 28 anos de luta e de resistência contra as investidas de patrões e de governos.  Ao longo desta jornada,  acumulamos inúmeros avanços em nossas Convenções Coletivas e importantes passos na luta do conjunto da classe trabalhadora.

Na década de 70, trabalhadoras e trabalhadores se organizaram na Oposição Metalúrgica, enfrentando o Capital, a ditadura militar e os pelegos.

O resultado desta mobilização foi o movimento organizado da categoria, que garantiu a vitória da Chapa de Oposição, em 1984, e a partir de então, colocou fim à prática de parceria com os patrões, transformando nosso Sindicato num instrumento de organização e de luta dos trabalhadores.

Uma história que começou antes de nós

Mas isso não seria possível se estivéssemos sozinhos. Nossa vitória se somou à luta do conjunto de nossa classe que, no Brasil e no mundo, sempre se colocou em movimento contra o Capital e seu Estado.

A história da classe trabalhadora é a história de suas lutas contra a servidão, a escravidão e, na sociedade capitalista, contra os patrões, que tem se enriquecem na exata medida em que exploram nossa força de trabalho.

No início do capitalismo, a jornada era de 16 horas de trabalho, mulheres pariam dentro das fábricas, crianças menores do que as máquinas eram obrigadas a trabalhar e trabalhadores morriam por conta das péssimas condições de vida e trabalho.

De lá para cá, a classe trabalhadora tem se colocado em movimento e conquistado a redução da jornada, a garantia de direitos e salários mais altos. Muitos trabalhadores morreram, foram torturados e exilados para que essas conquistas, hoje fossem realidade.

No Brasil, os anarquistas, constituídos em sua maioria por imigrantes da Europa, organizaram-se nas fábricas e foram os responsáveis pela primeira grande greve geral que parou São Paulo por mais de 30 dias.

Na Rússia, em 1917, trabalhadores derrubaram o czar e fizeram uma revolução. Sob o governo comunista, a luta da classe trabalhadora garantindo outros mais direitos: Carteira de Trabalho assinada, redução da jornada, férias, 13˚salário, entre outros.

Na América Latina, trabalhadores cubanos derrubaram ditadores e começam a socializar o produto do trabalho de maneira coletiva.

Ditadura Militar e Oposição Metalúrgica

No Brasil, nas décadas de 60 e 70, até o início dos anos 80, vivemos sob uma ditadura militar, que assassinou e torturou centenas de trabalhadores para garantir as demandas do Capital, que tem como base, a exploração do nosso trabalho.

Em consequência, a classe trabalhadora se coloca novamente em movimento e vai à luta, resistindo aos ataques pelo país todo e não apenas no ABC paulista, como alguns contam.

Metalúrgicos, trabalhadores rurais, bancários, químicos, sapateiros, operários da construção civil e outras categorias, ocuparam as fábricas e ruas realizando greves gerais. Foi durante este período em que a Oposição Metalúrgica em Campinas se organizou.

As greves realizadas pela Oposição em nossa região, à revelia dos pelegos que estavam no Sindicato. Exemplos como este de Campinas, se espalharam por São Paulo, Minas Gerais e outros estados do sul e nordeste do país.

Fruto de intensas mobilizações da classe trabalhadora, realizadas por gerações anteriores à nossa e de inúmeras lutas travadas no final da década de70, aOposição Metalúrgica, em Campinas, derrotou patrões e pelegos.

Desde então, iniciou-se um novo ciclo, cuja prioridade é a organização da luta nos locais de trabalho, independência em relação aos patrões e governos e autonomia aos partidos políticos.

Organizamos as lutas da categoria e, juntos com a classe trabalhadora, fomos capazes de construir o PT e a CUT, que por um período, foram instrumentos importantes para os trabalhadores. O tempo passou e ampliamos nossa mobilização e luta contra patrões e governos.  Infelizmente, estes instrumentos que construímos, foram se transformando em seu contrário.

Já em 1997, o Sindicato dos metalúrgicos de Campinas, junto com o de Limeira e de São José dos Campos rompe com a Federação dos Metalúrgicos da CUT, que entregou direitos da nossa Convenção Coletiva aos patrões. Recentemente, Santos soma-se à nossa luta.

A CUT, que nasceu das intensas lutas com classe trabalhadora, a partir da década de 90, passa a substituir o enfrentamento, pelas negociações permanentes com os patrões. E, neste último período, contra a classe trabalhadora, submeteu-se ao Capital e aos governos, impondo aos trabalhadores, redução de direitos e de salários.

Por isso, em 2006, nosso Sindicato, junto com dezenas de outros Sindicatos, Oposições e Coletivos de diversas categorias iniciam a construção da INTERSINDICAL – INSTRUMENTO DE LUTA E ORGANIZAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA.

Retomamos a solidariedade da classe: fizemos greve na Toyota em defesa dos trabalhadores e na Volks de São Bernardo, onde os companheiros lutavam contra demissões. Em unidade com outras organizações, realizamos mobilizações para parar a produção e a circulação de mercadorias.

No final de 2007, o governo Lula iniciou o processo de legalização das centrais sindicais, que foram financiadas com o Imposto Sindical. Parte da esquerda, que saiu da CUT, passou a defender a construção imediata de uma nova central, como solução para os problemas da classe.

Nós, coerentes com o que nos trouxe até aqui, temos a convicção de que é preciso seguir reconstruindo nossa organização a partir dos locais de trabalho, rompendo o corporativismo para dar um salto de qualidade que nos possibilite a luta do conjunto da classe trabalhadora.

Portanto, o momento não é de construção de centrais, que vão servir para acomodar àqueles que estão fora delas e sim, o de ampliar e consolidar a Intersindical. E, por isto, nosso Sindicato tem sido fundamental no enfrentamento aos desafios.

Que nos próximos anos, sejamos capazes de continuar com unidade e coerência e, que façamos de nossas lutas cotidianas, a superação da sociedade de classes, acabando com a que nos explora e mata, e construindo uma sociedade socialista.

Clique aqui para acessar a Revista de 25 anos do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região.

E aqui para assistir o vídeo produzido em comemoração aos 25 anos do Sindicato.

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