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Trabalhador na LDA morre em explosão de caminhão tanque

Na manhã do dia 20/03, um trabalhador de 35 anos teve a cabeça decepada e arremessada por 15 metros ao ser atingido pela tampa da válvula de carga de um caminhão tanque na empresa LDA Equipamentos Rodoviários e Agrícolas, em Sumaré.

No dia seguinte ao acidente fatal, o Sindicato, o Cerest e a Vigilância Sanitária foram impedidos de vistoriar o local, pelo administrador da empresa, que se encontra recuperação judicial. Uma semana depois, foram novamente impedidos. A é agora, a empresa também não entregou os documentos que foram solicitados por e-mail.

O Sindicato quer saber, entre outras coisas, onde e por que a manutenção estava sendo feita com o uso de maçarico quando se tratava de uma válvula, e se as normas técnicas de segurança como esvaziamento, limpeza do tanque de produto inflamável e o uso de água na realização do procedimento foram respeitadas.

Fuga das responsabilidades

Como é comum acontecer, as empresas sempre empurram a culpa pelo acidente ou pela morte à própria vítima. Conforme divulgado pela imprensa, a versão do B.O. registrado na Polícia Civil narra que o “funcionário usou um maçarico sem checar se o compartimento continha resquícios de gás”. Cabe lembrar que o trabalhador estava há mais de 10 anos na empresa e provavelmente essa não foi a primeira vez executou a mesma atividade nas condições do acidente fatal.

A empresa LDA opera com grande contingente de trabalhadores terceirizados/pejotizados, o que aumenta a precarização das condições de trabalho, sobretudo quanto à proteção da saúde e da segurança dos trabalhadores.
Por isso, o Sindicato também quer saber sobre a rotina de treinamentos aos trabalhadores sobre os riscos envolvidos, se há aberturas de ordens de serviço e acompanhamentos de técnicos de segurança em atividades periculosas como a que causou e a morte do trabalhador.

Mortes no trabalho cresceram nos últimos anos

No Brasil, desde 2012, mais 25.748 trabalhadores morreram por causa do trabalho. Ou seja, a cada 3 horas, 49 minutos e 15 segundos, um trabalhador é vítima fatal em função das condições de trabalho.

Apesar de os números serem altíssimos, a realidade é muito pior, pois os dados consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada.

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