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Honda: acidente em elevador mata trabalhador

Na terça-feira, dia 3 de janeiro, um trabalhador de 34 anos morreu dentro da fábrica da Honda, em Sumaré, enquanto fazia a manutenção dos elevadores de cargas no refeitório da IPL, setor terceirizado pela Honda.

O trabalhador em uma empresa também terceirizada, a Atlas Schindler, que presta manutenção nos elevadores na planta da Honda, estava trabalhando sozinho no poço onde funcionam simultaneamente – e sem barreira protetiva – dois elevadores, o de “carga limpa” e o de “carga suja”.

Enquanto fazia a manutenção do elevador de carga suja, o elevador de carga limpa foi acionado; o trabalhador foi esmagado numa coluna de concreto.

O que se soube durante a perícia é que estes elevadores em operação no refeitório da Honda têm problemas recorrentes; encontram-se obsoletos, ou seja, não atendem à legislação atual; a manutenção estava sendo feita durante horário de almoço, ou seja, em horário de pico, aumentando a pressão de tempo/eficiência e os riscos sobre o trabalhador.

 

Sindicato acompanhou as apurações no local e já entrou com denúncias

A Honda comunicou aos três dirigentes sindicais que se encontram em férias e ao presidente do Sindicato sobre o acidente fatal, informando que na próxima semana haveria reuniões com a Honda e Atlas Schindler para discutirem o assunto.

O Sindicato não aceitou apenas ser informado sobre o acidente fatal e vai acompanhar as perícias para a apuração da morte do trabalhador no local de trabalho.

Um dos dirigentes sindicais, mesmo em férias, juntamente com o engenheiro de segurança do trabalho do Sindicato também está analisando os motivos do acidente.

O departamento Jurídico o Sindicato já fez denúncias na Delegacia Regional do Trabalho e, juntamente com o Cerest (Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador), no Ministério Público do Trabalho. Esperamos que haja uma apuração rigorosa dos órgãos do governo, bem como a punição dos responsáveis.

É prática das empresas, inclusive terceiras, reduzirem custos deixando de investir em saúde e segurança no local de trabalho, e ainda tirarem o corpo e empurrarem a culpa pelo acidente ao próprio trabalhador-vítima.

O Sindicato, legítimo representante dos trabalhadores, reivindica a participação nas reuniões entre as empresas e órgãos públicos.

O Sindicato também se solidariza aos familiares e amigos do trabalhador, mais uma vítima fatal dos acidentes de trabalho, causados majoritariamente pela falta de compromisso das empresas com a defesa da saúde e da segurança dos trabalhadores nos locais de trabalho. E vai seguir firme na cobrança de apurações e punições rigorosas, lembrando sempre que a prevenção – responsabilidade das empresas – é sempre indispensável e nunca é demais!

Assim que os trabalhadores na Honda retornarem das férias, o Sindicato realizará uma assembleia na porta da fábrica para tratar do acidente fatal ocorrido neste início de ano.

 

Terceirização aumenta números de acidentes e mortes no trabalho

Dados do Ministério Público do Trabalho mostram que em 10 anos mais de 25.500 pessoas com carteira assinada morreu em acidentes de trabalho no Brasil, o que representa um óbito a cada 3 horas 49 segundos e 15 segundos. Outras 6.770.063 foram vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, no mesmo período.

O Dieese, ao apresentar uma pesquisa sobre os riscos da reforma trabalhista para a classe trabalhadora, mostrou que no Brasil, a cada 10 vítimas de acidentes no local de trabalho, 8 são de trabalhadores em empresas terceiras.

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