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BOLSONARO TERMINA SEU GOVERNO COMO COMEÇOU: APOIANDO O ÓDIO, O CRIME E A IMPUNIDADE

Nas vésperas de terminar seu desgoverno, Bolsonaro fez  mais do mesmo escancarando o que de fato é: um criminoso, amigo e apoiador dos que se utilizam do braço armado do Estado para matar.

Na semana passada tentou se utilizar da prerrogativa que ainda tem no apagar das luzes como presidente para conceder indulto, mas um indulto inconstitucional  a todos os policiais envolvidos no massacre do Carandiru ocorrido em outubro de 1992 que mataram  111 pessoas no presídio em São Paulo demolido em 2003.

O processo contra esses policiais que executaram pessoas que já estavam rendidas já dura 30 anos e agora em mais um ato inconstitucional, Bolsonaro tenta livrar esses policiais criminosos das penas que devem pagar.

O ato de Bolsonaro não tem sustentação jurídica, mas carrega em si o que ele é e defende: a violência aos mais pobres, a impunidade aos que matam sejam usando as fardas do braço armado do Estado, sejam aqueles que fora do Estado seguem impunes cometendo crimes através da milicias mais do que consentidas, apoiadas por seu governo.

Bolsonaro nunca escondeu sua paixão por torturadores da ditadura militar, seu apoio a esquadrões da morte e sua ligação orgânica com as milícias, seu “indulto” nesse final de 2022 aos policiais criminosos no massacre do Carandiru é mais uma demonstração de que seu compromisso é com aqueles que querem uma sociedade em que, quem  mata   pobres, pretos, trabalhadores sigam impunes.

Esse governo que agora acaba tentando ainda dar seus últimos suspiros nas ações golpistas nas portas dos quartéis foi o governo do massacre aos direitos trabalhistas e  do sucateamento aos serviços públicos.

Sem nenhuma ilusão com qualquer governo, avançar na luta: na mesma semana em que Bolsonaro decreta esse indulto inconstitucional, o indicado para ministro da Justiça do governo eleito de Lula, Flavio Dino tentou nomear para a Secretaria Nacional de Políticas Penais, um coronel da Polícia de São Paulo que à época do massacre do Carandiru era tenente do Batalhão de Choque e responsável pelo suprimento do material logístico da tropa em ação que resultou na morte de 111 presos. A nomeação não prosperou não por conta da alegação do militar que disse que por questões pessoais não tem condições de assumir, mas sim pela legitima pressão de vários grupos que discutem a questão do sistema judiciário no país.

Derrotar Bolsonaro foi parte importante da luta em defesa da vida e dos direitos e essa luta segue contra os ataques do Capital e de qualquer governo,  sem nenhuma  ilusão com o governo do PT que se inicia, pois é na  luta que avançaremos contra esse sistema de morte que ataca nossos direitos e nossas vidas.

FONTE: INTERSINDICAL – INSTRUMENTO DE LUTA E ORGANIZAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA

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