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DUAS EDUCADORAS E TRÊS BEBÊS SÃO ASSASSINADOS EM SANTA CATARINA, CONSEQUÊNCIA DE UMA SOCIEDADE DIVIDIDA EM CLASSES EM QUE O ESTADO ESTIMULA O ÓDIO

No dia 04 de maio, um jovem de 18 anos invade uma creche e mata duas professoras de 30 e 20 anos e três bebês de menos de dois anos, o jovem golpeou com uma faca até a morte as trabalhadoras que tentavam salvar as crianças, matou os bebês e depois lançou golpes contra si mesmo.

Essa tragédia aconteceu na cidade de Saudades/SC, município que tem aproximadamente 9 mil habitantes, cidade pequena do interior catarinense, mas que não está imune ao estímulo do ódio que se instala numa sociedade em que o Capital e seu Estado estimulam o individualismo.

Tentando exterminar o coletivo lança os seres humanos a interagir nos espaços solitários das redes virtuais e mais do que isso, numa ideologia em que o que impera é o ódio.

Em 2019, um adolescente de 17 anos e um jovem de 25 anos mataram 8 pessoas numa escola em Suzano, cidade do estado de São Paulo, entre as vítimas desse crime estavam trabalhadores e alunos da escola, os responsáveis pelos assassinatos depois do crime também morreram: um matou o outro.

Antes disso, em 2017, na cidade mineira de Janaúba, um homem ateou fogo numa creche matando 10 alunos e três trabalhadores.

Essas tragédias que trazem a dor de ter vidas arrancadas, dor que não se mede, são consequências desse sistema em que o que impera é o estímulo ao ódio e ao individualismo que fere e mata.

Em todas essas tragédias, as trabalhadoras da educação se colocaram na linha de frente para proteger a vida de bebês, crianças, adolescentes e jovens, exerceram seu ofício que está para além da educação na escola.

A cidade catarinense que tem no nome o significado do que é a dor de sentir a falta de alguém querido, agora também está marcada pelo ódio estimulado por esse sistema que submete vidas aos interesses daqueles que se beneficiam de uma sociedade dividida em classes.

Para além da solidariedade dos que vivem a dor, da homenagem às vidas arrancadas de crianças e trabalhadoras em mais essa tragédia, além da exigência de apuração de mais esse crime, nossa tarefa segue sendo o fortalecimento da luta contra o Capital e seus capachos no Estado.

Lutar contra um governo que no Brasil estimula o ódio, que propagandeia a liberação das armas com um discurso hipócrita de defesa dos “cidadãos de bem”, quando na realidade, Bolsonaro quer armar ainda mais os empresários para defender à bala suas propriedades, armar ainda mais as milícias que espalham o terror nas periferias, deixar impune a polícia que invade comunidades e mata trabalhadores e seus filhos.

Fortalecer a luta contra esse governo que libera o discurso do ódio contra os que lutam por uma sociedade sem opressão e exploração é tarefa dos que não sucumbiram ao individualismo, dos que não aceitam a barbárie provocada por esse sistema de morte.

Seguir lutando por uma sociedade sem opressão e exploração, essa é a melhor forma de honrar as vidas das trabalhadoras da educação que morreram exercendo seu ofício, honrar a vida de nossas crianças e jovens.

FONTE: INTERSINDICAL – INSTRUMENTO DE LUTA E ORGANIZAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA

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