Notícias

Não esquecemos, não perdoamos: 24 anos do massacre em Eldorado dos Carajás

Via: Intersindical.org.br

A data marca a morte dos 21 trabalhadores rurais sem terra

Era 17 de abril de 1996, trabalhadores rurais sem-terra, jovens e crianças junto aos seus pais estavam num acampamento na curva do S organizado pelo MST, em Eldorado dos Carajás/PA, estavam numa marcha que pretendia chegar até Belém, capital do estado. A marcha reivindicava a desapropriação da fazendo Macaxeira, ocupada por mais 3 mil famílias sem-terra.

A polícia militar do governador Almir Gabriel/PSDB atira e mata 21 trabalhadores rurais e fere dezenas de outros. Como em outros assassinatos cometidos pelo Estado, esse crime segue impune até hoje. Os mais de 100 policiais envolvidos foram absolvidos, apenas Mário Pantoja e José Maria de Oliveira, comandantes da ação criminosa que executou os trabalhadores rurais, foram condenados, mas cumprem a pena em liberdade.

Continuam matando: os assassinatos contra lutadores continuam e se ampliaram no último ano, com um governo que vomita seu ódio de classe pelos trabalhadores e suas Organizações. Bolsonaro apoia o agronegócio inclusive defendendo dar legitimidade para a matança no campo, seu governo avança na desregulamentação da legislação ambiental, apoia a grilagem de terras e quer acabar com as reservas indígenas, enquanto isso mais indígenas são assassinados por jagunços a serviço do Capital.

Nesse abril de 2020, os trabalhadores rurais novamente colocam a solidariedade em movimento, em várias regiões do país têm distribuído alimentos que são fruto do trabalho vindo dos assentamentos, esses alimentos estão sendo doados aos que mais precisam nesse momento de pandemia. Essa solidariedade que cada Organização dos Trabalhadores tem se empenhado em ampliar é também um passo importante na luta contra as medidas desse governo da morte que está a serviço do Capital.

Mais do que lembrar nossos irmãos de classe que foram assassinados a 24 anos atrás naquela estrada em Eldorado dos Carajás e todos os nossos irmãos que seguem sendo assassinados por lutarem pelo direito de viver com dignidade, é na continuidade e ampliação da luta do conjunto da classe trabalhadora que vamos mais do que vingar os nossos mortos, contribuir para a construção de uma nova sociedade sem exploração.

Jornal da Categoria