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Trabalhador já sente as graves consequências da Reforma Trabalhista

Sem direitos e sem a quem recorrer, a saída para a classe trabalhadora é fortalecer seu sindicato e se organizar coletivamente no local de trabalho

As mentiras sobre a necessidade da Reforma Trabalhista, repetidas incansavelmente pelos patrões e governos e pelos grandes meios de comunicação pagos por eles para enganar os trabalhadores, já estão sendo desmascaradas.

O desemprego não diminuiu, o nível de emprego não aumentou, os trabalhadores não estão mais “empoderados” para negociar direitos e condições de trabalho. Ao contrário: com a terceirização, o trabalho intermitente e a pejotização o trabalhador está tendo que trabalhar muito mais e recebendo muito menos, correndo mais riscos de doenças e acidentes e arcando com todas as responsabilidades sozinho, já que a reforma permite que os patrões tirem o corpo fora.

Desemprego continua altíssimo

Uma das maiores mentiras propagandeadas para acabar com os direitos dos trabalhadores era a de que a Reforma Trabalhista aumentaria o nível de emprego.

Dados do próprio Ministério do Trabalho divulgados dia 26/01 confirmam o contrário. Só em dezembro, mês em que as contratações costumam aumentar no setor de comércio e serviços por causa das festas de fim de ano, foram fechadas 328.530 vagas com carteira assinada.

Para piorar, a OIT calcula que a queda da taxa do desemprego será ridícula: de 12% em 2017 para 11,9% em 2018, e ainda assim à custa do aumento da precariedade e da informalidade. Hoje, mas de 26 milhões estão desempregados ou trabalhando por conta própria, e esse número deve subir até 2019, diz o IBGE.

Precarização também aumentou

As empresas continuam produzindo muito, contratando pouco com salário mais baixo, ou seja, continuam as demissões e os casos de um trabalhador produzindo por 2 ou 3, por mais tempo e em ritmo cada vez mais alucinante e arriscado.

É importante deixar claro que a Reforma Trabalhista não vai criar emprego para todos que foram demitidos. O número de trabalhadores nas empresas cairá drasticamente e elas só vão contratar no momento exato em que precisarem, nas condições que elas quiserem e, sem as obrigações trabalhistas, demitirão logo em seguida, livres de quaisquer responsabilidades.

Relações de trabalho: a superexploração continua

Patrões e trabalhadores têm interesses opostos, não fosse assim salários e direitos seriam facilmente negociados e com ganhos para os trabalhadores. Mas não é isso o que acontece: enquanto a concentração de renda aumenta e poucos se tornam bilionários, as perseguições aos trabalhadores e as demissões continuam.

Com a intenção de fragilizar a organização nos locais de trabalho e estimular o individualismo, a maioria das grandes empresas do setor de autopeças da nossa região, por exemplo, nem sequer renovou as cláusulas da Convenção Coletiva, que protegem coletivamente os trabalhadores.

Na Valeo, o acordo coletivo foi conquistado não pela tal comissão de fábrica, como prevê a Reforma Trabalhista, mas pela resistência e organização coletiva dos trabalhadores conjuntamente com o Sindicato.

Concentração de renda aumentou nas mãos de poucos

82% de toda a riqueza gerada em 2017 ficaram nas mãos do 1% mais rico.

Nada ficou com os 50% mais pobres em todo o mundo.

No Brasil, 5 bilionários detêm o patrimônio igual ao da metade mais pobre da população.

E se não houver resistência dos trabalhadores, organização e luta coletiva por mais salários e direitos, com a Reforma Trabalhista essa desigualdade só vai aumentar. Um trabalhador assalariado vai precisar trabalhar 19 anos seguidos para ganhar o que um super-rico ganha em um mês.

Que ninguém se engane: a única saída para a classe trabalhadora é a luta, porque toda a riqueza dos bilionários não veio do trabalho deles, mas da exploração da nossa força de trabalho desde a escravidão, de herança e da sonegação de impostos, pois eles mandam a fortuna direto para os paraísos fiscais.

Nos próximos 20 anos, 500 das pessoas mais ricas do mundo deixarão US$ 2 trilhões para seus herdeiros. Para se ter ideia de toda essa concentração de riqueza, o PIB do Brasil em 2016 foi de US$ 1,7 trilhões.

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