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Domingo, dia 5 de março, às 9h30 na Sede Central tem Plenária sobre saúde e segurança no local de trabalho

Trabalhar e continuar vivo sempre foi e continua sendo um desafio real para os trabalhadores no mundo todo.

No Brasil, morre um trabalhador por hora,vítima de acidente de trabalho. Esta atrocidade é decorrente do processo produtivo capitalista que quanto mais explora a nossa força de trabalho, mais lucro acumula.

Apesar dos incessantes avanços tecnológicos, o ritmo alucinante, os esforços repetitivos, as longas jornadas e o excesso de horas extras continuam afetando pescoço, ombros, braços, coluna e joelhos, elevando os riscos e os acidentes de trabalho.

E, principalmente, apartir da década de 1990, com os novos modelos de produção, com fábricas mais enxutas e trabalhador multifuncional, aliados à pressão das chefias por metas e o assédio moral, aumentouconsideravelmente a ocorrência das doenças psíquicas.
Chamadas de doenças “invisíveis”, elas passaram a fazer parte da rotina dos trabalhadores, minando a nossa força de trabalho, e já se constituem hoje um dos motivos que mais levam trabalhadores a afastamentos médicos.Muitas vezes, a pedir demissão. E, algumas vezes, ao suicídio.

As estratégias patronais para fugir das responsabilidades
Para piorar a situação do trabalhador adoecido, além de não abrirem CAT, as empresas ainda fazem de tudo para evitar o afastamento do trabalhador pelo INSS, propondo supostos postos e serviços compatíveis. O que parece “bom” num primeiro momento, porque sem afastamento o salário continua sendo pago pela empresa, é péssimo no longo prazo, porque o trabalhador fica sem o registro e sem o histórico da doença causada pelo trabalho, junto ao INSS.

Com essa descaracterização da doença, criada pelas empresas para tentar fugir da cláusula da nossa Convenção que garante estabilidade até a aposentadoria aos trabalhadores acidentados/adoecidos pelo trabalho, é comum encontrar companheiros enfaixados, trabalhando em horários diferentes, e em funções consideradas compatíveis pelo médico da empresa.

Mas o resultado dessa exposição indevida; da falta do afastamento e do tratamento adequados; e do assédio moral sofrido por não conseguir desempenhar a função, é que a doença acaba se agravando.
E as empresas, preocupadas apenas com os lucros ficam tentando camuflar os números dos acidentes de trabalho com afastamentos parapagar apenas a alíquota mais baixa do RAT (Riscos Ambientais de Trabalho), um imposto pago ao INSS e que é calculado de acordo com os riscos em que o trabalhador fica exposto e ao número de afastamentos por acidentes/doenças relacionados ao trabalho.

Além disso, ao invés de as empresas apenas informar o último dia de trabalho do trabalhador ao INSS, quando do seu afastamento, agora através de seu departamento médico fazem uma declaração de que os sintomas ou dores alegadas pelo trabalhador não têm nenhuma relação com o trabalho dele na empresa e já sugere para o perito do INSS considerar o afastamento como doença comum sem relação com o trabalho.

Dia Mundial de Prevenção às LER/DORT
O último dia de fevereiro é uma data extremamente importante à classe trabalhadora.
Desde 2000, em vários países é conhecido como o Dia Mundial de Prevenção às LER/DORT, que são doenças crônicas, invisíveis, muitas vezes irreversíveis e que ocorrem num cenário perverso de ocultação pelas empresas. No caso do Brasil para piorar ainda mais, também são ocultadas pelo governo, através do INSS.
A situação é tão grave que essas doenças viraram epidemia aqui e em vários países, como Inglaterra, Estados Unidos, Japão e Austrália.

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