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Mais de 5 mil metalúrgicos param por melhores condições de trabalho

Nesta sexta-feira (25), mais de 5 mil metalúrgicos de Campinas e região atrasaram a entrada nos turnos na Toyota e Mahle, em Indaiatuba, e Mabe e Magneti Marelli, em rtlândia.
A produção de veículos, autopeças e de eletrodomésticos foi atrasada em protesto contra o ritmo acelerado de trabalho, as péssimas condições no ambiente fabril, e a política de desmantelamento do INSS.

Com o atraso de uma hora e 40 minutos, a montadora Toyota, de Indaiatuba, que emprega o total de 2.200 trabalhadores, deixou de produzir mais 30 veículos.

Na autopeças Magneti Marelli, de Hortolândia, fornecedora da Fiat, Renault, Peageut, General Motors, Mercedes-Benz, Volvo, VolksWagen, Ford e Honda, e que emprega 1.600, a paralisação de 40 minutos atingiu a produção nos setores de fundição, usinagem, painéis, caixas eletrônicas e picos injetores. Mais de 800 peças deixaram de ser produzidas.

Na Mahle, de Indaiatuba, fornecedora da GM, Mercedes e Renault, cerca de 250 metalúrgicos deixaram de processar mais 13 toneladas de polias e placas para refrigeração.

E, na Mabe Eletrodomésticos, instalada em Hortolândia, 442 unidades, entre fogões e geladeiras, deixaram de ser produzidas pelos 800 trabalhadores do primeiro turno. 

A partir das 13h30, haverá novas assembleias com os trabalhadores dos segundos turnos. Ou seja, mais atraso na produção dessas mercadorias.

Campanha Ação Sindical e Saúde do Trabalhador reúne Sindicatos dos Metalúrgicos de Campinas, Santos, Limeira e São José dos Campos e regiões

Dentro das fábricas, os trabalhadores sofrem com as extensas jornadas, o ritmo acelerado, o excesso de horas-extras, a não abertura de CAT, além das perseguições aos dirigentes sindicais, cipeiros e militantes, como tentativa dos empresários de enfraquecer a organização no ambiente fabril.

Fora das fábricas, os trabalhadores sofrem com os abusos dos peritos e da política de desmonte do INSS, como a alta programada, que obriga o retorno do funcionário ao posto de trabalho mesmo sem condição de saúde, e o fator previdenciário, que tem devorado os benefícios, dificultando o processo de aposentadoria e acabando com a aposentadoria especial.

Por isso, com o objetivo de protestar contra a relação estabelecida entre empresas, INSS e saúde dos trabalhadores nas fábricas, e para aprofundar e intensificar os processos de prevenção dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, os Sindicatos dos Metalúrgicos de Campinas, Limeira, Santos e São José dos Campos, que reúnem cerca de 150 mil metalúrgicos, decidiram organizar a Campanha Ação Sindical e Saúde do Trabalhador.

O lançamento da Campanha aconteceu ontem, dia 24/02, na empresa Usiminas, antiga Cosipa, na Baixada Santista. A escolha da Usiminas para o lançamento se deu porque a empresa exemplifica o resultado da transferência do patrimônio público para o privado: terceirizações, precarização das condições de trabalho e da saúde do trabalhador. Desde a privatização, em 1993, pelo menos 52 trabalhadores morreram no local de trabalho.

Na próxima segunda-feira, dia 28/02, haverá mobilizações em Rio Claro e em São José dos Campos, que também contam com grandes empresas montadoras e de eletrodomésticos em suas bases.


 

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