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Sindicato promove campanha de solidariedade às vítimas da tragédia no Rio

Destruição natural e social: trabalhadores vivem mais tragédia


Diante deste cenário, o momento é de solidariedade e luta!


O ano passado, o mundo todo olhou para o Haiti e muitos conseguiram enxergar além do estrago provocado pelo terremoto, a exploração e a miséria que a população haitiana vem sido submetida há tanto tempo


Olhando o Brasil na época das chuvas de janeiro é também possível enxergar além dos estragos que a cada ano se espalha pelas várias regiões do país.


Nesses últimos anos, exemplos desses estragos não faltam. Em 2009, foi Santa Catarina, em 2010, a região sudeste, em esse ano, foi a vez de Minas Gerais, São Paulo e principalmente a região Serrana do Rio de Janeiro, que provocou até agora, mais de 700 mortes, deixando famílias destruídas e trabalhadores e trabalhadoras sem casa, sem comida e sem nada.


A culpa é da chuva?


Não, a natureza tem seus ciclos e é possível prever grandes catástrofes.


Essas afirmações têm sido largamente publicadas na grande imprensa por especialistas do meio ambiente.


Faltam investimentos políticos, financeiros, projetos sociais, habitacionais, tecnologias, sem falar na sistemática degradação ambiental praticada principalmente pelas empresas.


São inúmeros os problemas que ouvimos dia a dia justificando essas tragédias.


Mas sabemos que o maior deles é o mesmo e já está durando décadas: o descaso e falta de interesse do poder público, em todas as suas esferas, em fazer a lição de casa!


Gasto para prevenir é infinitamente menor do que para reconstruir


A União gastou 14 vezes mais com reconstrução do que com prevenção em 2010. Conforme a ONG Contas Abertas, que monitora gastos públicos, foram R$ 167,5 milhões para prevenir e R$ 2,3 bilhões para remediar.


Mesmo assim, através dos governos federal, estadual e municipal, o Estado e a imprensa, acusam a população trabalhadora de ser responsável pelas ocupações irregulares.


Mas, durante o ano todo, são cobrados impostos e tarifas públicas das moradias dessas ocupações.


Além da população não ser beneficiada em programas de habitação e outras políticas públicas, ainda paga impostos!


E até agora, a principal ação do governo federal foi liberação do saque do FGTS e a antecipação do pagamento do Programa Bolsa Família.


Ou seja, o Estado libera para os trabalhadores que perderam o pouco que tinham, recursos que já são deles por direito e, para o Capital, garante a especulação imobiliária a se perder de vista.


Novamente a idéia é fazer com que os trabalhadores paguem pelos estragos causados pela ausência de políticas públicas.


Desigualdade social aparece nos detalhes


Durante a tragédia do Rio, parece que só a burguesia que invadiu as áreas de proteção ambiental tem nome.


Quando as grandes emissoras, como a rede Globo, divulgam o número de mortos, só são destacados os nomes dos familiares do presidente da Federação da Indústria tal, da estilista tal, do empresário tal, e assim por diante.


Os que têm capital, têm nomes, os trabalhadores, têm apenas um número na lista de mortos.


É fundamental garantir abrigo, comida e cuidado aos sobreviventes


A ajuda que tem chegado é paralisada nos espaços burocráticos e centralizadores, dirigidos pelo Estado, e dificilmente chega até a população que de fato precisa.


Por isso, nosso Sindicato junto com a Intersindical, inicia uma Campanha de Solidariedade aos esses companheiros e se soma às mobilizações que exijam o direito à moradia, a isenção dos pagamentos de IPTU, água, energia e demais tarifas públicas e ainda, indenização a população afetada e políticas públicas que garantam serviços básicos aos trabalhadores.


Em nossas mobilizações, protestamos também contra todas as formas de ação do Estado e do Capital de criminalizar e impedir a luta dos trabalhadores por teto, trabalho e direito.


Produtos que podem ser doados


– Água mineral


– Leite em caixa, tipo longa vida


– Alimentos que não precisem de cozimento e enlatados, ou seja, prontos para o consumo.


– Produtos de higiene pessoal: sabonete, escova e creme dental, shampoo, fralda descartável e absorvente íntimo.


Coleta das doações


Durante a próxima semana, o Sindicato estará no portão das fábricas durante a entrada e saída dos turnos arrecadando os mantimentos. Aguarde mais informações nos boletins.


As doações também podem ser entregues no Sindicato na Sede Central ou nas Regionais


Seja solidário e faça sua contribuição!

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