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Para ONU, biocombustíveis são um crime contra a humanidade

“A produção em massa de biocombustíveis representa um crime contra a humanidade por seu impacto nos preços mundiais dos alimentos”, declarou Jean Ziegler, relator da ONU para o Direito à Alimentação, no dia 14 de abril.
O argumento é de que o uso de terras férteis para cultivos destinados a fabricar biocombustíveis reduz as superfícies destinadas aos alimentos e contribui para o aumento generalizados dos preços dos mantimentos.

Em defesa da agricultura familiar
O representante brasileiro na Organização para a Agricultura e Alimentação (FAO, da ONU), José Antônio Marcondes de Carvalho, defendeu a produção da agricultura familiar como um dos principais fatores no combate à fome. Ele afirmou que 65% da produção agrícola no Brasil têm origem na agricultura familiar. E que a agricultura familiar pode ser a responsável pela produção de alimentos suficientes para o povo.
O setor é responsável por 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a soma de todas as riquezas produzidas no País, e por 77% da massa de trabalhadores rurais.
As declarações foram dadas na 30ª Conferência Regional da ONU para a Agricultura e Alimentação para a América Latina e Caribe.

Agrocombustíveis: alimento para carros
Os agrocombustíveis (combustíveis produzidos de plantas, agricultura ou florestas) têm sido apresentados pelo governo Lula como uma resposta para o limite da produção de petróleo e também para o aquecimento global.
Entretanto, muitos cientistas e instituições reconhecem hoje que os seus benefícios energéticos serão muito limitados e que os seus impactos ambientais e energéticos serão extremamente negativos.
O mundo dos negócios entrou na corrida para esse novo mercado que compete diretamente com as necessidades alimentares das pessoas.

Agrocombustíveis no mundo
O governo da Índia avalia plantar 14 milhões de hectares de terra com Jatropha.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento afirma que o Brasil tem 120 milhões de hectares que poderia ser cultivado com grãos para a produção de agrocombustíveis.
O lobby dos agrocombustíveis avalia que há 379 milhões de hectares disponíveis em 15 países africanos.
A atual demanda por milho para a produção de etanol já representa 10% do consumo mundial e está elevando os preços mundiais.



 

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