Corrupção nos Condutores escancara sindicalismo atrelado aos patrões e ao Estado
Na última semana, foram presos em Campinas, o presidente e o tesoureiro do Sindicato dos Condutores, além da advogada e do jornalista da entidade, que também eram assessores do Sindicato dos Servidores Municipais.
Todos foram presos por corrupção e formação de quadrilha ao tentar levar 600 mil reais de uma empresa de plano de saúde contratada pelo Sindicato para atender os trabalhadores.
Essa mesma advogada tentou a todo custo invalidar a eleição dos metalúrgicos de Limeira, que derrotaram os pelegos da Nova Central e da Força Sindical.
Eles sempre estiveram ao lado daqueles, que no movimento sindical são sustentados pelas empresas para transformarem o sindicato num instrumento manso e a serviço dos patrões.
Essas prisões mostram o sindicalismo atrelado ao Estado e aos patrões. É a turma que defende a manutenção do imposto sindical, criado justamente para impedir as lutas e para produzir “sindicalistas” a serviço dos patrões: os velhos e conhecidos pelegos.
Além de usarem o dinheiro arrancado dos trabalhadores de maneira compulsória, fazem mais: reduzem seus direitos e salários, aumentam mensalidades de convênios médicos, como nesse caso, e depois pedem compensação aos patrões.
A corrupção não é uma ação isolada do corrupto. Ela está atrelada a uma posição política e uma prática sindical que não permite aos trabalhadores da base decidirem sobre as formas de arrecadação e aplicação financeira da entidade: não organizam plenárias, congressos e assembléias de prestação de contas, onde a categoria poderia participar e decidir os rumos políticos do sindicato.
Transparência e independência frente aos patrões e ao Estado
Desde 1984, quando derrotamos o peleguismo da nossa categoria, temos garantido independência política e financeira dos patrões, dos governos e autonomia política de partidos.
Somos parte do movimento sindical que nasceu combatendo esses pelegos e que segue avançando para construir, a partir dos locais de trabalho, novas direções que derrotem o sindicalismo montado dentro das salas dos patrões, e que se mantêm através do gangsterismo e da sustentação direta das empresas.
Somos contra o financiamento das centrais sindicais pelo Estado e pelos patrões, a exemplo do FAT e do Imposto Sindical. Por isso, nosso Sindicato devolve anualmente o Imposto Sindical aos associados.
Nossa política de transparência garante aos trabalhadores informações sobre o Sindicato através de assembléias, plenárias, congressos, e da assembléia anual de prestação de contas.
Essa postura política faz com que a categoria metalúrgica e nosso Sindicato sejam exemplo de luta e organização para outras categorias.
Nossa organização dentro e fora das fábricas, com mobilizações, greves e enfrentamento aos patrões e ao Estado, garante que a nossa Convenção Coletiva seja referência de conquista de direitos no país.