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Trabalhadores voltam a fazer greve na Tenko

Revoltados com o desrespeito e descaso que vêm recebendo da Tenko, na sexta-feira (23 de fevereiro), os trabalhadores decidiram paralisar as atividades da fábrica.


Com a manutenção da paralisação na segunda-feira (26/02), ao invés de conversar com os trabalhadores e ouvir suas reivindicações, a empresa decidiu chamar a Polícia Militar para resolver a questão, que é inteira e exclusivamente trabalhista. A empresa também não quis receber o Sindicato para uma reunião de negociação.


Entre as irregularidades mantidas pela empresa estão:


– Atraso no pagamento do vale, que deveria ter sido pago no dia 20/02
– Proibição do registro de Horas Extra no cartão-ponto
– Desconto indevido de vale-transporte (desconto de trabalhador que mora ao lado da empresa)
– Não recolhimento de FGTS (desconta do trabalhador, mas não     repassa ao INSS)
– Não pagamento do salário-família
– Não pagamento do Adicional Noturno de emergência
– Não pagamento do Adicional de Insalubridade para soldadores
– Não fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
– Negligência com a saúde e a higiene dos trabalhadores
– Não fornecimento de água aos trabalhadores
– Não fornecimento de uniformes
– Não reconhece a Cipa. A eleição ocorreu em dezembro de 2006, mas até agora a empresa não empossou a Comissão.


História de desrespeito


Às vésperas do Natal de 2005, a Tenko demitiu cerca de 80 trabalhadores e não pagou seus direitos trabalhistas. Houve então, uma grande mobilização dos trabalhadores, junto com o Sindicato, que resultou em uma ação de arresto dos bens da empresa. Esta ação tinha o objetivo de impedir que os bens e maquinários da Tenko fossem vendidos, o que dificultaria ainda mais o pagamento da dívida trabalhista.
No dia 22 de dezembro de 2005, os trabalhadores entraram em greve porque também não tinham recebido a segunda parcela do 13º salário, nem o vale do dia 20.


No dia 3 de março de 2006, a justiça determinou o arresto dos bens  no processo 530/2006 da 12ª Vara do Trabalho de Campinas. Essa decisão foi muito importante porque beneficiou os demitidos em seus processos individuais para recebimento das verbas trabalhistas. O arresto dos bens é a garantia que os trabalhadores e o Sindicato precisavam de que no futuro, quando forem determinados os pagamentos, os bens da empresa fiquem preservados e sirvam para o pagamento dos trabalhadores demitidos.


A empresa


A Tenko, que fica em Valinhos, tem cerca de 40 trabalhadores e produz bicicletas e outros equipamentos esportivos.

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