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Sindicato participa do 2º Encontro Nacional da Intersindical

Com o objetivo de reorganizar o movimento sindical que não se rendeu à lógica e à prática de pacto com o capital, e dando continuidade ao processo de construção da Intersindical, foi realizado no último final de semana (2 e 3 de dezembro),  no Sinsprev, em São Paulo, o Encontro Nacional da Intersindical.

Esse Encontro Nacional, que aconteceu seis meses após o primeiro, propiciou um balanço das ações propostas a cada Estado nesse período, e demonstrou um avanço concreto na organização da Intersindical.

Com o tema Nenhum Direito a menos, avançar nas conquistas foi lançada uma Campanha com plano de lutas para o próximo período, visando intensificar a discussão, conscientizar, mobilizar e unificar os lutadores e lutadoras sociais para derrotar a política dos governos neoliberais, que retiram conquistas e direitos históricos da classe trabalhadora e acaba com as suas formas e possibilidades de organização como classe.

Nesse plano incluem-se as lutas contra as reformas política, sindical e trabalhista; a desregulamentação e a precarização nas condições e relações de trabalho; a luta contra a alta programada e assuntos relacionados à saúde do trabalhador; entre outros.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, que é um dos proponentes da formação da Intersindical como instrumento de construção da consciência de classe, participou ativamente do evento que juntou 60 entidades do movimento sindical de 12 Estados brasileiros (SP, RJ, DF, PR, PI, RN, SC, MG, ES, RS, GO, CE), totalizando mais de 333 dirigentes sindicais, ativistas e militantes dos movimentos populares e sociais. A mesa de abertura do Encontro foi composta por militantes desses movimentos: MST, MLST, MTD, Pastoral Operária e da Conlutas, que também participaram do evento.

Criado Coletivo de Negros e Negras da Intersindical

Uma das deliberações do Encontro foi a criação de um Coletivo de Negras e Negras da Intersindical. Constituído inicialmente pelos Estados de SP, RJ, DF e RS, o coletivo tem por objetivo a incorporação da luta política de combate ao racismo como uma das bandeiras da ação política da Intersindical. O Coletivo explicitou ao plenário as discussões em torno de políticas afirmativas e reparações históricas e humanitárias defendidas pela maioria das organizações do movimento negro como um importante avanço na igualdade de oportunidade que tais ações garantem a esta parcela da sociedade. A implementação da Lei 10.639/03, que obriga as escolas públicas e privadas a ensinar sobre a história da África, da cultura de resistência do povo africano e o destaque aos personagens negros no desenvolvimento do Brasil e a defesa da liberdade de expressão da religiosidade com matrizes africanas também foram destacadas.

RESOLUÇÃO DO 2º ENCONTRO NACIONAL DA INTERSINDICAL



  1. Desenvolver a Campanha “Nenhum direito a menos, avançar nas conquistas”, visando intensificar a discussão, conscientizar, mobilizar e unificar os lutadores e lutadoras sociais para derrotar a política dos governos neoliberais, que retiram as conquistas e direitos históricos da classe trabalhadora, bem como destruir as suas formas e possibilidades de organização como classe.


  2. Construir com as demais organizações e movimentos sociais que estão resistindo ao neoliberalismo um Encontro Nacional Sindical e Popular Contra as Reformas Neoliberais, no início de 2007, com o objetivo de criar um Plano de ações e lutas comuns para o enfrentamento ao ataque do capital e do governo Lula. Para isto propomos uma reunião preparatória com as demais iniciativas, que possa avançar na construção e preparação do Encontro.


  3. Nossa concepção sindical esta baseada no enfrentamento ao Estado Capitalista, com autonomia e independência com relação aos patrões, governos e partidos. No sentido da organização autônoma e independente dos trabalhadores e trabalhadoras, sustentada em suas organizações de base, visando romper com o corporativismo e combatendo a burocracia, o assistencialismo e o aparelhismo sindical. Resgatando os princípios históricos da classe trabalhadora, tais como: classismo, liberdade e autonomia sindical, a unidade, democracia operária, o internacionalismo, independência e solidariedade de classe, na perspectiva do socialismo.


  4. O desafio que assumimos na Intersindical é reorganizar os trabalhadores a partir dos locais de trabalho, com os que se encontram, também, desempregados, precarizados e na informalidade. Sem a pretensão de substituir o conjunto do movimento, mas de ser parte desse processo de reorganização da classe.


  5. A Intersindical busca a unidade de todos os setores que querem lutar, que estejam ou não organizados em Centrais Sindicais, que tenha compromisso classista e a prática mais ampla e democrática nas tomadas de decisões.
    Entendemos que o próximo período exigirá de nós firmeza e ousadia. Portanto, temos como instrumentos a formação, a ação, a organização na base e a reorganização para superar a fragmentação e dar um salto de qualidade para que nos reconheçamos mais do que como categorias, mas como classe.

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