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Amsted-Maxion demite e trabalhadores fazem greve em solidariedade

A Amsted-Maxion demitiu no dia 21 de julho, 306 trabalhadores. A atitude da empresa causou surpresa e indignação nos trabalhadores e no Sindicato. Durante quinze dias, o Sindicato e a direção da empresa estiveram negociando a PLR e a única coisa que nos foi dito é que ela não poderia pagar o valor reivindicado porque o volume de produção tinha sido reduzido, mas em nenhum momento anunciou que precisaria fazer ajustes no número de trabalhadores. No dia 20, houve uma assembléia de aprovação da PLR e no dia seguinte, a empresa fez as demissões, de forma sorrateira e antiética. Dos 306 demitidos, 111 tinham contrato por prazo determinado, que se encerrava em 27 de julho e os outros 196 tinha contrato efetivo.


As demissões foram feitas de forma irregular e imotivada, sem que fossem feitos os exames demissionais, desconsiderando inclusive os trabalhadores doentes e acidentados, contradizendo tudo o que vive pregando “de que os trabalhadores são colaboradores, que fazem parte de uma família”.


Empresa pretendia quebrar mobilização dos trabalhadores


A Amsted-Maxion iniciou a produção em 2003 e desde então, neste curto espaço de tempo, os trabalhadores de Hortolândia vêm demonstrando consciência e unidade, diferentemente de Osasco (SP) e Cruzeiro (SP), onde a Amsted-Maxion tem outras plantas. Em Hortolândia, os trabalhadores não aceitaram fechar acordo de PLR com metas e também rejeitaram que a PLR fosse negociada com a comissão, só aceitaram que fosse negociada com o Sindicato. Além disso, também houve a mobilização pela implantação do Plano de Cargos e Salários, que trouxe importantes conquistas.


E mesmo as mais de 300 demissões, a presença ostensiva da Polícia Militar, praticamente obrigando os trabalhadores a entrarem, as ordens dadas aos motoristas de não parar na portaria, as ligações telefônicas para as residências dos trabalhadores, nada foi suficiente para impedir os trabalhadores de demonstrarem sua solidariedade aos demitidos. Até interdito proibitório a empresa usou para tentar impedir o Sindicato de fazer assembléias no portão da fábrica. Isso mostra o quanto a empresa está determinada a tentar impedir a atuação do Sindicato.


A serviço de quem a Polícia Militar está?


A Polícia Militar, que é paga pelo Estado, com os nossos impostos, esteve durante todo o tempo em que durou a mobilização dos trabalhadores, na porta da Amsted-Maxion, com sete viaturas policiais. Esse efetivo, que deveria estar protegendo a população, estava fazendo a segurança particular da empresa e ameaçando os trabalhadores e o Sindicato. Houve até tentativa de prisão do diretor sindical, Erasmo, que só foi evitada pela interferência do deputado estadual, Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho. O problema é a ligação que existe entre a polícia e as empresas e que não deveria existir. Um cidadão comum, que é assaltado ou que precise da polícia por outro motivo, enfrenta o descaso e o mau atendimento. Um exemplo dessa situação aconteceu enquanto a polícia estava fazendo a segurança particular na Amsted-Maxion, no Bom Retiro, bairro vizinho, uma casa lotérica estava sendo assaltada.


Empresa faz proposta de rever demissões e depois volta atrás


Na noite de 24 de julho, o diretor jurídico da Amsted-Maxion, senhor Wanderley pediu uma reunião com o Sindicato e apresentou a proposta de cancelar 196 demissões e que ficariam mantidas as demissões dos trabalhadores com contrato por tempo determinado, com exceção dos doentes e acidentados. E que junto com o Sindicato, seriam estudadas alternativas para o período de baixa produção (alegação da empresa), como férias coletivas e licença remunerada. Essa proposta foi aprovada na assembléia da manhã do dia seguinte, mas logo depois em reunião no Ministério Público, com dois advogados da empresa e sem a presença do senhor Wanderley, a Amsted-Maxion voltou atrás, mantendo todas em sua proposta. O mesmo aconteceu em reunião na Procuradoria do Trabalho e também em nova audiência, no dia 28 de julho. Ou seja, a empresa não manteve o compromisso assumido com o Sindicato e aprovado pelos trabalhadores.


Agora, é importante que os trabalhadores intensifiquem a mobilização, caso contrário, além de não rever as 306 demissões, a empresa ainda deve demitir mais funcionários, conforme vem anunciando.

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