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10 anos do massacre de Eldorado de Carajás

Há 10 anos atrás, no dia 17 de abril, Dia Nacional da Reforma Agrária, 19 trabalhadores foram assassinados em Eldorado dos Carajás, Pará. Seus algozes foram 155 policiais. Os 19 mortos eram integrantes da “Caminhada pela Reforma Agrária”, iniciada no dia 10 de abril por 1.500 famílias de trabalhadores rurais sem terra. A Polícia Militar iniciou a ação de repressão jogando bombas de gás lacrimogêneo contra os trabalhadores e disparando tiros para o alto. Em seguida, a PM começou a disparar rajadas de metralhadora.

Os integrantes do MST se defenderam arremessando paus e pedras. Além dos 19 trabalhadores mortos, a ação da PM resultou em 81 pessoas feridas, sendo 69 sem terra e 12 policiais militares.

Os envolvidos que não foram absolvidos ainda estão em julgamento, e todos esperavam que a justiça se mostrasse mais ágil, menos parcial e interessada em apontar os culpados. Porém, a pressão de grupos de direitos humanos, nacionais e internacionais, não foi suficiente para que os responsáveis fossem punidos. Se por um lado fica a impunidade, do outro o que ocorre é que cada vez mais está acontecendo a criminalização dos movimentos sociais que nos causam perplexidade pela gravidade da situação.

Todos os anos a data é lembrada com muitos protestos e mobilizações. Para lembrar os 10 anos do Massacre de Eldorado de Carajás (PA), mais de 18 estados realizam ocupações e atos políticos. É uma mobilização nacional que começou na semana passada e vai até 24 de abril para pressionar o governo federal a assentar imediatamente todas as famílias acampadas. Em Campinas, foi realizada a III Semana da Reforma Agrária com debates, palestras e apresentações musicais e teatrais em vários pontos da cidade.

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