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Greves abalam a Europa: França e Inglaterra estão paradas

Mais de um milhão e meio de trabalhadores da rede de transportes públicos, professores e lojistas da França aderiram à greve nacional de um dia, nesta terça-feira, tentando forçar o primeiro-ministro Dominique de Villepin a abandonar a nova lei do primeiro emprego.

Os passageiros enfrentavam atrasos nos trens e no metrô de Paris, enquanto os aeroportos eram atingidos por paralisações. Bancas de jornal ficaram fechadas e alguns funcionários do correio e de empresas de comunicação também participavam da greve. Até mesmo a Torre Eiffel está fechada para visitação.

O governo de Villepin argumenta que a nova lei tem como objetivo reduzir o desemprego, mas líderes sindicais e estudantis dizem que a nova lei criará uma geração de “trabalhadores descartáveis” porque torna mais fácil demitir funcionários jovens, que precisam sobreviver a um período de experiência de dois anos antes de conseguir estabilidade. Pesquisas de opinião mostram que quase dois terços dos franceses são contrários à lei.

Governo inglês quer aumentar tempo para aposentadoria


Um milhão e meio de funcionários públicos iniciaram nesta terça-feira uma greve na Grã-Bretanha para protestar contra a reforma de suas aposentadorias, na paralisação mais importante no país desde a greve geral de 1926.

A greve, que forçou o fechamento das escolas e causou trastornos nos serviços de transportes públicos, foi decidida como forma de protesto contra a decisão do governo de Tony Blair de aumentar de 60 para 65 anos, a idade de aposentadoria com pensão completa para os funcionários públicos.

Em Londres, 70% das escolas não abriram as portas. A greve também afetou os serviços de coleta de lixo, assim como os serviços de ônibus e de metrô em várias cidades do país. A paralisação chegou inclusive a suspender os enterros no país.

Em jogo está a decisão do governo de cancelar a chamada regra dos 85 anos, segundo a qual os membros do Plano de Aposentadoria do Governo Local podem se aposentar com 60 anos recebendo seu salário integral se a somatória de sua idade com os anos de serviço ultrapassar a marca dos 85.

Os sindicatos argumentam que funcionários públicos de outros setores, com salários melhores, continuam podendo se aposentar aos 60 anos e que a lei atinge apenas os que recebem menos e realizam funções mais simples. A mudança deve entrar em vigor em outubro próximo.

Uma comissão criada em 2004 para analisar a questão propôs elevar a idade para a aposentaria, dos 65 anos atuais para 67 anos até 2050. Entre os empregados atingidos pelo Plano de Aposentadoria do Governo Local estão enfermeiros, funcionários de órgãos de assistência social, lixeiros e pessoas que trabalham em centros de atendimento, serviços ambientais e associações de moradia.

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