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Ministro distorce dados ao justificar gestão em Ribeirão

 O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, valeu-se ontem da desinformação de integrantes da CPI dos Bingos sobre suas gestões como prefeito de Ribeirão Preto para conduzir as respostas sem o constrangimento da contradição.


Disse, por exemplo, que pelo Vale dos Rios, um projeto arquitetônico de revitalização do centro de Ribeirão, construiu sete obras sociais. Há registro de gastos de R$ 2 milhões no projeto, mas nada foi construído. As obras citadas pelo ministro no depoimento são, na verdade, da Fábrica de Equipamentos Sociais, projeto que foi alvo de outra licitação.


O ministro não foi contestado ao se referir à quantidade de funcionários e ex-funcionários do Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto) que confirmaram a existência de fraudes na limpeza pública em benefício da empresa Leão Leão, durante depoimentos à Polícia Civil.


De acordo com Palocci, “um ou dois fiscais” do Daerp disseram à polícia que havia fraude, mas outros dois teriam negado irregularidade. Segundo a Delegacia Seccional e o Ministério Público Estadual, a conta é diferente: das 13 pessoas ligadas ao departamento ouvidas no inquérito, 12 (entre engenheiros e fiscais) confirmaram as irregularidades.


A Leão Leão é acusada de pagar propina mensal de R$ 50 mil a Palocci, entre 2001 e 2002, para que o pagamento de cerca de R$ 1,2 milhão mensal fosse feito em dia.
Palocci disse que nunca foi condenado a devolver dinheiro. Em agosto de 2003, porém, o então prefeito foi condenado em primeira instância a devolver cerca de R$ 5 milhões por publicações indevidas em jornais. O ministro recorre da decisão.


Apesar de ter saído ileso na maioria das perguntas, Palocci deixou algumas delas sem resposta. Recorreu ao “não sei lhe dizer” quando o senador Demóstenes Torres (PFL-GO) questionou se ele usou o avião do empresário Roberto Colnaghi para levar a família para sua posse, em janeiro de 2003.


 

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